top of page

Opinião: Os 10 melhores álbuns de Death metal de todos os tempos

A tarefa de limitar as nossas preferências em uma lista com apenas 10 possibilidades de escolha é uma tarefa ingrata e, em muitas vezes, em constante transformação. Nossos gostos pessoais se alteram ao longo dos anos, tanto que, o que efusivamente apreciávamos quando mais jovens pode vir a se tornar algo que deixamos de admirar conforme vamos envelhecendo e acumulando experiências. O desafio na escolha de apenas 10 opções, porém, me motivou a criar os meus “Best of” dentro das áreas de cinema, música, literatura e outros campos os quais tenho grande interesse e paixão.

Essa é a segunda matéria que postarei dentro da série “Os 10 melhores” e é chegada a hora de falar de um dos gêneros musicais em que as opiniões são distintas, uns amam, muitos odeiam: o Death Metal. Confesso que diversas bandas entravam e saiam da lista com frequência, inclusive os próprios álbuns das bandas eram trocados continuamente: “Covenant” ou “Altars Of Madness”, “Deicide” ou “Legion”, “Heartwok” ou “Necroticism”, “4th Crusade” ou “...For Victory”. A missão foi árdua, mas levando em consideração aspectos como originalidade, gosto pessoal (óbvio), influência em outras bandas, musicalidade, letras e impacto na cena, a lista acabou com a formatação detalhada a seguir. Espero que curtam!


10 – ENTOMBED – Clandestine

Formação:

Nicke Andersson – bateria, vocal(?)

Lars Rosemberg – baixo

Alex Hellid – guitarra

Uffe Cederlung – guitarra, vocais adicionais

Johnny Dordevic – vocal?


Destaques: "Stranger Aeons", "Living Dead" e "Crawl"


A banda mais famosa da Suécia nos anos 90 chega quase a perfeição em seu segundo álbum, intitulado “Clandestine”. Nesse álbum, a banda eleva toda a proposta sonora e visual iniciada em “Left Hand Path”, com letras bem construídas e riffs empolgantes. Nem mesmo a ausência do carismático vocalista Lars G. Petrov conseguiu diminuir o impacto fulminante do material. Nos bastidores é comentado que o vocalista que aparece nos créditos e nas fotos, Johnny Dordevic, não foi realmente o responsável pelas gravações, ficando essas a cargo do baterista e multi-instrumentista Nicke Andersson.


9 – BOLT THROWER – …For Victory

Formação:

Karl Willetts – vocal

Jo Bench – baixo

Gavin Ward – guitarra

Andrew Whale – guitarra

Doug Bohn – bateria


Destaques: "Remembrance", “Silent Demise” e "…For Victory"


Os senhores da guerra alcançam em “...For Victory”, quinto álbum lançado via Earache Records, um impressionante grau de maturidade em todas as faixas que compõe o álbum. Apresentando uma sonoridade mais cadenciada no estilo Death/Doom, a banda demostra que não é necessário se fazer valer de blastbeats ou arpejos a velocidade da luz para criar um grande álbum. Impossível não sair solfejando os riffs épicos de músicas como “Silent Demise”. Um álbum épico de uma banda épica.

8 – SUFFOCATION – Pierced From Within

Formação:

Frank Mullen – vocal

Chris Richards – baixo

Terrance Hobbs – guitarra

Doug Cerrito – guitarra

Doug Bohn – bateria


Destaques: "Pierced from Within", “Torn into Enthrallment” e "Depths of Depravity"


Os criadores do Brutal Death Metal atingem níveis estratosféricos em seu terceiro álbum, lançado em 1995 pelo selo RoadRunner. Em “Pierced From Within”, tudo soa coeso, técnico, minunciosamente pensado e executado. Os vocais de Frank Mullen, são fortes e muito bem encaixados nos riffs de Terrance Hobbs e Doug Cerrito (um dos melhores guitarristas já surgidos no Death Metal). O baixo de Chris Richards é técnico e completa perfeitamente as levadas do baterista Doug Bohn (advindo da cena hardcore). Considero "Pierced from Within" como uma das melhores músicas já escritas dentro do estilo Death Metal.

7 – DEICIDE – Legion

Formação:

Glen Benton – baixo, vocal

Eric Hoffman – guitarra

Brian Hoffman – guitarra

Steve Asheim – bateria


Destaques: "Holy Deception", “"Satan Spawn, the Caco-Daemon"” e "Dead but Dreaming".


Confesso que foi extremamente difícil decidir entre os álbuns “Legion” e “Deicide”, já que ambos os registros apresentam perfeitamente a sonoridade de uma das mais importantes bandas de Death Metal já surgida na cena. Acabei decidindo pelo “Legion”, segundo álbum dos estadunidenses do Deicide, principalmente, pelo uso de riffs mais complexos e o inacreditável trabalho vocal. A fusão entre vocais guturais e rasgados beira a perfeição e, enquanto destila as letras satânicas e controversas, Glen Benton parece, em muitos momentos, incarnar alguma entidade sobrenatural demoníaca. Músicas como "Holy Deception" e "Dead but Dreaming" tem lugar cativo no hall das obras inesquecíveis do metal.

6 – OBITUARY – Cause of Death

Formação:

John Tardy – vocal

Trevor Peres – guitarra

James Murphy – guitarra

Frank Watkins – baixo

Donal Tardy – bateria


Destaques: “Cause of Death”, “Turned Inside Out” e "Chopped in Half".


Formada na grande cena extrema da Flórida no final dos anos 80, o Obituary, desde a sua concepção, primou por uma sonoridade mais simples, carregada de groove e inspirada em nomes como HellHammer e Celtic Frost. “Cause of Death” é o segundo álbum dos norte-americanos e destaca-se pelo peso, riffs perfeitos para se bater cabeça, vocalizações agressivas e originais (sempre considerei John Tardy como um dos melhores vocalistas de Death Metal), doses cavalares de groove e solos muito bem encaixados a cargo de James Murphy (substituindo o sempre controverso Allen West e demitido da banda logo após a gravação do álbum). Produzido por Scott Burns (o guru do Death metal noventista). Uma curiosidade interessante sobre a capa do álbum é que o Sepultura pretendia usar a imagem para o “Beneath the Remains”, porém a gravadora Roadrunner permitiu que o Obituary a usasse antes.

5 – DEATH – Individual Thought Patterns

Formação:

Chuck Schuldiner – guitarra, vocal

Andy LaRocque – guitarra

Steve DiGiorgio – baixo

Gene Hoglan – bateria


Destaques: “Overactive Imagination”, “The Philosopher” e "Individual Thought Patterns".


Creditado como um dos fundadores do estilo musical mais agressivo dentre os subgêneros do metal, o Death Metal, Chuck Schuldiner continuava sua jornada rumo ao topo. Em “Individual Thought Patterns”, quinto álbum da banda Death, o Death Metal Old School do início de carreira é lapidado em uma sonoridade muito mais técnica e desafiadora, fundindo elementos do jazz e da música progressiva, ao qual muitos passaram a chamar de “Technical Death Metal” ou “Progressive Death Metal”. As letras em “Individual...” divergem drasticamente dos temas comuns vinculados ao estilo, passando a abordar críticas sobre a sociedade e suas normas e padrões. Muitos, assim como eu, consideram a formação desse álbum como a formação definitiva dessa grande banda. Escutando os álbuns da banda, uma pergunta volte e meia retorna: Até onde Chuck Schuldiner teria levado essa banda caso não tivesse falecido prematuramente em 2001?

4 – NAPALM DEATH – Utopia Banished

Formação:

Mark “Barney” Greenway – vocal

Jesse Pintado – guitarra

Mitch Harris – guitarra, vocal

Shane Embury – baixo

Danny Herrera – bateria


Destaques: “The World Keeps Turning”, “I Abstain” e "Exile".


Jamais esquecerei a sensação de colocar o quarto LP do Napalm Death, intitulado de "Utopia Banished" (primeiro álbum de Death Metal que comprei) no aparelho de som dos meus pais e sentir de imediato o golpe impiedoso em meu cérebro. Guitarras extremamente pesadas despejando dezenas de riffs impiedosos, bateria absurdamente rápida e precisa, baixo distorcido elevando ainda mais o caos que permeia em todas as faixas e os vocais inigualáveis de Barney Greenway. Abordando letras políticas e de cunho social os britânicos conseguem, ao mesmo tempo, buscar conscientizar as pessoas sobre questões relevantes sobre o mundo e aniquilar os ouvidos dos apreciadores de metal extremo. Para mim, o álbum definitivo do Napalm Death.

3 – CANNIBAL CORPSE – Tomb of the Mutilated

Formação:

Chris Barnes – vocal

Jack Owen – guitarra

Bob Rusay – guitarra

Alex Webster – baixo

Paul Mazurkiewicz – bateria


Destaques: “Hammer Smashed Face”, “I Cum Blood” e "Entrails Ripped from a Virgin's Cunt".


Desde a sua concepção em Buffalo (NY), em 1988, o Cannibal Corpse foi uma banda forjada para chocar os mais conservadores. Fundindo um Death Metal agressivo com vocais ultra guturais, a banda atinge seu ápice em seu terceiro álbum, o famigerado “Tomb Of the Mutilated”, lançado em 1992 pelo selo Metal Blade. Banido em países como Alemanha e Áustria, o álbum apresenta letras chocantes e sexistas abordando temas controversos como a necrofilia, sadismo e estupros. Com títulos como “Addicted to vaginal skin” (Viciado em pele vaginal), “I Cum Blood” (Eu gozo sangue) e “Post Mortal Ejaculation” (Ejaculação post-mortem) o Cannibal Corpse construiu uma carreira sólida, arregimentando milhões de fãs ao redor do mundo e escandalizando a sociedade até os dias atuais.


2 – MORBID ANGEL – Altars of Madness

Formação:

David Vincent – baixo, vocal

Trey Azagthoth – guitarra

Richard Brunelle – guitarra

Pete Sandoval – bateria


Destaques: “Immortal Rites”, “Lord of All Fevers & Plagues” e "Chapel of Ghouls ".


Álbum de estreia dos pioneiros do Death Metal da ensolarada Flórida (a banda não reconhece "Abominations of Desolation", 1986, como seu primeiro álbum, cuja formação, com a exceção de Richard Brunelle, foi toda demitida). Em "Altars of Madness", lançado em 1989, a banda já tinha uma visão clara da sonoridade que buscava desenvolver: riffs intricados e marcantes, vocalizações blasfemas, solos alucinantes, letras sombrias inspiradas em Lovecraft e na religião suméria. Todos os músicos se destacam em seus respectivos instrumentos, mas é impossível não citar o baterista Pete Sandoval com seus blastbeats e suas levadas com dois bumbos. Torna-se um desafio ouvir a faixa de abertura, "Immortal Rites" e não sair solfejando o riff principal, tamanho o poderio da composição. Até hoje um dos álbuns mais marcantes de Death Metal já lançados.

1 – CARCASS – Necroticism: Descanting the Insalubrious

Formação:

Jeffrey Walker – baixo, vocal

Bill Steer – guitarra, vocal

Michael Amott – guitarra, vocais adicionais

Ken Owen – bateria, vocais adicionais


Destaques: “Incanated Solvent Abuse”, “Impropagation” e "Corporal Jigsore Quandary".


O que falar dos britânicos do Carcass que não soe completamente redundante? Estamos falando de uma das mais influentes bandas de toda a cena Death/Grind mundial e um dos baluartes do movimento splatter. Em "Necroticism", terceiro álbum da banda lançado em 1991 pelo selo britânico Earache Records, a banda atinge seu ápice criativo e estético. O grindcore de outrora é substituído por um Death Metal mais bem estruturado, com músicas mais longas e variadas, solos inspirados, vinhetas tétricas e um trabalho de bateria mais profissional. O álbum marca também a estreia do guitarrista Michael Amott (que mais tarde formaria o Arch Enemy). Um grande destaque são as letras do álbum, que fundem maneiras para o descarte de corpos humanos com humor e inteligência (marca de Jeff Walker). Um álbum para se ouvir de início ao fim. Um clássico absoluto.


Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
bottom of page